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Sunday, October 08, 2017

grande cão VI

o me dói é ver em ti
o que não sonhei nem respiro

grande cão, guardião
das cancelas imperfeitas
órfão da tempestade insana
que se faz tão covardia

meu irmão, um santo herói
perdido em tabernas vulgares
estristecido e sofrido, enquanto
morro treze vezes em vão

há uma procissão nas ruas
e nossa fé remove montanhas
se o destino é a tal derrota
que a vivamos com poesia

o que me dói é o amor inerte
despedaçado em inutilidades
os desencontros são silêncio
e a mocidade é o tempo morto

oh, guardião!
meu grande cão de guarda!
se existe algum futuro
empenhemos nossas almas

@pauloandel

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